Pneus ganham papel importante na mobilidade sustentável
19/10/2012 12:37 - Fotos: Divulgação
Mudanças na composição da borracha produzem pneus que contribuem para a redução das emissões de CO2
por Michael Figueredo
MotorDream
O Rio de Janeiro recebeu, nesta quinta-feira (18), o Rubber Day Brasil, encontro que reuniu especialistas dos setores de mobilidade, sustentabilidade e da indústria. Tendo a produção de pneus mais ecológicos como assunto central, o evento mostrou a relação entre a borracha de alta tecnologia e a chamada “mobilidade verde”. Além das perspectivas do mercado pneumático brasileiro, foi discutido o peso do componente no que diz respeito ao alcance de uma cadeia automotiva mais sustentável e também na redução de emissões de poluentes.
“ A indústria automobilística está sob intensa pressão para alcançar patamares aceitáveis de emissões de CO2 e isso somente será viável com o desenvolvimento de novas tecnologias ”, diz o membro do conselho presidencial da Associação Alemã da Indústria Química, Axel C. Heitmann. O executivo é presidente da Lanxess, indústria química que lidera o mercado no segmento de borracha sintética. A empresa, que produz matéria prima para as principais marcas da indústria pneumática, desenvolveu pneus ecológicos e, segundo Heitmann, espera difundir a tecnologia no Brasil. “ Com o crescimento do mercado brasileiro, é fundamental que seja expandida a utilização de pneus verdes ”, afirma Axel.
Os novos pneus sintéticos têm uma série de alterações na composição química que, segundo a fabricante, contribuem para uma melhor performance. A utilização de materiais, como o gel sílica, ajuda a reduzir a fricção do componente com o asfalto, o que reflete diretamente no consumo de combustível, uma das métricas de classificação dos programas de etiquetagem de pneus. Outro aspecto avaliado, a frenagem em asfalto molhado também melhora com os pneus verdes. Os componentes produzidos pela fabricante são classificados como AA – ou Duplo A – por terem atingido a nota máxima no programa de etiquetagem.
O apelo da sustentabilidade, no entanto, não deve ser suficiente para a popularização do equipamento no Brasil. Ainda não há uma relação de valor definida entre os pneus verdes e os tradicionais, mas é pouco provável que os ecológicos custem mais. Além disso, o segmento é competitivo, com o crescimento das importações de pneus feitos com materiais menos resistentes, mas com preço mais baixo. “ O brasileiro ainda não compra por qualidade. O que define a escolha continua sendo o preço. Além disso, o consumidor não vê os pneus como um item de segurança, enxerga como um componente periférico dos carros ”, diz Humberto Lovisi, diretor de marketing da Lanxess na América Latina.
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